Polícia investiga se ex-mulher e ex-empresário de Luiz Henrique participaram da extorsão ao jogador
03/12/2024
Outras pessoas, que não tiveram os nomes divulgados, teriam cedido contas bancárias para o recebimento do dinheiro proveniente da extorsão. Prima da ex-mulher do jogador foi presa em flagrante. Polícia investiga se ex-mulher e ex-empresário de Luiz Henrique participaram da extorsão ao jogador
A Polícia Civil do Rio está investigando o envolvimento de pessoas próximas ao jogador Luiz Henrique no crime de extorsão contra o craque.
A Delegacia Antissequestro apura a participação da ex-mulher do atleta, Ana Carolina Andrade, de quem ele se separou recentemente, e do ex-treinador e empresário, Johnny Max.
Outras pessoas, que não tiveram os nomes divulgados, teriam cedido contas bancárias para o recebimento do dinheiro proveniente da extorsão.
“Há fortes indícios que estejam envolvidos o nacional Johnny Max, que é um ex-empresário e treinados do Luiz Henrique, a Ana Carolina Andrade, que é a ex-mulher do Luiz Henrique, e outros supostos envolvidos que participariam do lucro financeiro”, disse o delegado Carlos Eduardo Rangel.
Prima da ex-mulher está presa
A prima da ex-mulher do jogador Luiz Henrique foi presa em flagrante por tentar extorquir dinheiro do atacante do Botafogo, um dos heróis da conquista da Libertadores no último sábado (30).
Em mensagens de WhatsApp, ela pede R$ 20 mil e ameaça divulgar supostos vídeos, fotos e mensagens íntimos do atleta caso não receba.
Raissa Cândida da Rocha, de 26 anos, foi indiciada pelo crime de extorsão. Ela é prima de Ana Carolina Andrade, ex-mulher da estrela do Botafogo, e de quem ele se separou recentemente.
Segundo a polícia, Raissa confessou o crime ao ser presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça na audiência de custódia.
Mensagens de extorsão contra o jogador Luiz Henrique
Reprodução
De acordo com a polícia, a denúncia foi feita pela SAF do Botafogo no fim de setembro, e a Delegacia Antissequestro (DAS) iniciou as investigações.
O crime começou às vésperas do jogo contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro, quando um homem fez as mesmas ameaças e chegou a pedir R$ 40 mil.
As mensagens foram enviadas de um aparelho que, supostamente, pertencia ao ex-empresário do atleta Johnny Max, que chegou a prestar depoimento, negou as acusações e foi liberado. No inquérito, ele segue investigado. Em nota, o empresário alega inocência e diz que já prestou esclarecimentos (veja a íntegra no fim da reportagem).
Também em nota, Ana Carolina Andrade diz que não há no inquérito policial qualquer indício de sua participação na suposta prática de extorsão (veja a íntegra no fim da reportagem).
Luiz Henrique comemora gol na final da Libertadores
André Moreira/Zimel Press/Estadão Conteúdo
No fim da manhã da última quinta-feira (29), quando Luiz Henrique estava na concentração para o jogo final da Libertadores, em Buenos Aires, o atleta voltou a receber ameaças.
As mensagens diziam que, se não fizesse um PIX de R$ 20 mil, as imagens e outras mensagens seriam colocadas nas redes sociais. Luiz Henrique respondeu e chegou a pedir um tempo, já que estava treinando.
Ao prestar depoimento na condição de testemunha, o homem explicou que uma parente havia pedido o número de sua conta, alegando que um dinheiro seria depositado por Luiz Henrique.
Na sexta de manhã (29), uma ação foi desencadeada para prender Raíssa, que acabou capturada em flagrante em sua casa, em Duque de Caxias.
As investigações seguem em sigilo absoluto para identificação e prisão dos demais suspeitos envolvidos na organização criminosa.
O que dizem os citados
Veja a nota do empresário Johnny Max:
"Em atenção às matérias divulgadas pelo grupo Globo hoje, esclarece-se que a prisão realizada pela delegacia anti-sequestro – DAS, no dia 29 de novembro do ano corrente, não tem qualquer relação com o empresario do jogador Luiz Henrique.
Em setembro de 2024, a SAF Botafogo noticiou a delegacia anti-sequestro – DAS, que o jogador Luiz Henrique estaria sofrendo extorsão por parte de pessoas mal intencionadas. De forma equivoca, a SAF informou a delegacia que os áudios, solicitando valores indevidos em troca de não divulgar informações e fotos intimas do jogador, teria sido enviado do aparelho celular do Ex empresário.
A acusação foi rechaçada no momento em que JOHNNY MAX TEIXEIRA compareceu à delegacia anti-sequestro – DAS, disponibilizando todas as informações solicitadas pela autoridade policial, demostrando sua inocência nos fatos apurados.
Acrescenta-se que, de imediato ao comparecimento em delegacia, o delegado responsável pelo caso descartou qualquer envolvimento do ex-empresário do jogador, nos fatos apurados."
Veja a nota de Ana Carolina Andrade:
"Em atenção às matérias divulgadas pelo grupo Globo, esclarece-se que, ao tomar conhecimento de que seu nome estaria relacionado ao suposto envolvimento na tentativa de extorsão realizada em setembro de 2024 contra seu ex-companheiro Luiz Henrique, compareceu espontaneamente à delegacia de Antissequestro – DAS para colaborar com as investigações, disponibilizando todas as informações solicitadas pela autoridade policial.
Informa, ainda, que em nenhum momento foi solicitada a sua presença na delegacia. Após seu comparecimento espontâneo, não há no inquérito policial qualquer indício de sua participação na suposta prática de extorsão.
Em decorrência da prisão efetuada em 29 de novembro, comunica que ficou extremamente surpresa e abalada pelo suposto envolvimento de sua prima, Raissa Cândida, nos fatos apurados. Repudia qualquer ato atentatório ao seu ex-companheiro, com quem mantém uma boa relação em virtude da filha que têm em comum, e aguarda que os fatos sejam elucidados e os responsáveis punidos por seus atos.
É importante ressaltar que até o momento não fui formalmente acusada de qualquer delito. As informações veiculadas na mídia são, em sua maioria, especulações que não refletem a realidade.
Reafirma seu compromisso com a verdade e a justiça, tendo plena confiança nas autoridades e estando à disposição para colaborar com as investigações."
O g1 tenta contato com a defesa de Raíssa Cândida da Rocha.