Sucesso de 'Ainda Estou Aqui' impulsiona interesse na casa onde filme foi gravado; dono pede R$ 13,9 milhões
06/01/2025
Corretor responsável pela venda da casa, localizada na Urca, na Zona Sul do Rio de Janeiro, acredita que o preço está abaixo do valor de mercado. O imóvel, que tem 4 salas, 4 suítes e 460 metros quadrados, serviu de cenário para o filme cotado ao Oscar de 2025. Sucesso de 'Ainda Estou Aqui' impulsiona interesse na casa onde filme foi gravado; dono pede R$ 13,9 milhões
Reprodução Google
Grande sucesso de bilheteria e crítica do cinema nacional, "Ainda Estou Aqui", filme cotado ao Oscar 2025, também está levando os fãs à Urca, na Zona Sul do Rio de Janeiro, bairro onde fica a casa que serviu de cenário para a trama envolvendo a família Paiva.
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Casa foi moradia de família durante a pandemia; veja vídeo
Segundo o corretor Marcelo Dias, responsável por anunciar o imóvel, a procura pela casa aumentou muito nos últimos dias. Atualmente anunciado por R$ 13,9 milhões, o imóvel deve ficar ainda mais valorizado pelo retorno positivo do filme dirigido por Walter Salles.
"Esse valor tá abaixo do preço de mercado, com certeza. Nos últimos dias a procura tem sido muito alta. Muita gente pedindo informações", comentou Marcelo, que avisou que o imóvel também está disponível para aluguel.
"Ainda estou aqui" foi selecionado para mais de 50 festivais no mundo. E já ganhou sete prêmios desde a estreia em setembro, em Veneza, onde levou o Leão de Ouro de melhor roteiro. No último domingo (5), a atriz Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em filme de drama (veja o discurso da atriz ao fim da reportagem).
No filme, a atriz revive a história real de Eunice Paiva, advogada e mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva. Eunice passou 40 anos procurando a verdade sobre Rubens (interpretado por Selton Mello), seu marido desaparecido durante a ditadura militar no Brasil.
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A casa mais famosa do bairro, que também é a região onde mora o Rei Roberto Carlos, fica na rua João Luís Alves, esquina com a Rua Roquete Pinto.
O imóvel tem aproximadamente 460 metros quadrados, conta com dois andares, quatro suítes e quatro salas amplas, além de uma área de jardim.
Casa reformada para o filme
Apesar da Urca ser conhecida por ser um bairro residencial, com muitas casas de muro baixo, a equipe de produção do filme precisou realizar uma reforma para adaptar a casa escolhida.
O objetivo era deixar o imóvel mais parecido com a casa da família Paiva, localizada na Rua Delfim Moreira 54, no Leblon. A casa original foi demolida na década de 1980 para a construção de um prédio residencial.
Comparação entre a casa original, no Leblon, e o set de filmagem, na Urca
Divulgação
A coordenadora de produção executiva do longa-metragem e pesquisadora de material de arquivo, Camila Leal Ferreira, contou ao g1 que o projeto do filme começou há 7 anos. Em meados de 2021, o diretor Walter Salles pediu para que ela procurasse uma casa que tivesse alguma relação com o mar.
"Hoje, na Zona Sul do Rio de Janeiro, sobraram pouquíssimas casas perto do mar. E foi rodando toda cidade que cheguei à Urca", disse.
Após uma longa conversa com o corretor de imóveis responsável pela residência, ela conseguiu fechar o contrato para gravar o filme no local.
"Eles moldaram completamente a casa para a década de 70. Refizeram toda parte externa e internamente também decoraram tudo para o filme", contou o corretor Marcelo Dias.
Foto tirada durante 'Ainda estou aqui' com a família protagonista do filme
Divulgação
A decisão pela casa como set também se deu porque Nalu Paiva, uma das filhas de Eunice e Rubens, chegou a desenhar com lápis colorido como eram os cômodos na casa verdadeira e, segundo Camila, a residência da Urca era muito parecida.
Tanto que, na estreia do filme, em Veneza, Nalu apertou a mão da produtora-executiva assim que apareceu a primeira cena da casa e disse, com os olhos marejados: "nossa, igualzinha".
O filme "Ainda Estou Aqui", que se passa em 1971, conta a história de Eunice (interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro), que estudou Direito e se reinventou como uma das mais importantes ativistas dos Direitos Humanos no Brasil depois do assassinato de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), pela ditadura militar.
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