Petrópolis é a cidade do país com o maior número de deslizamentos e inundações em 2024

  • 14/01/2025
(Foto: Reprodução)
Ranking do Cemaden mostra que a cidade da Região Serrana do Rio de Janeiro registrou 44 ocorrências. Teresópolis, Rio de Janeiro e Nova Friburgo também estão entre os dez municípios com mais registros. Bombeiros atuando nas buscas por sobreviventes na tragédia em Petrópolis, em 2022 Divulgação/Corpo de Bombeiros A cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, ocupou o primeiro lugar no ranking de ocorrências de deslizamentos e inundações em todo o país em 2024. De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), foram mais de 1.600 ocorrências no Brasil. E entre as dez cidades com mais registros, quatro são do Estado do Rio de Janeiro, sendo o maior número em Petrópolis, com 44 registros; Teresópolis, com 24; Rio de Janeiro, com 17; e Nova Friburgo, com 16. Veja o ranking das cidades com mais registros no Brasil: Petrópolis (RJ) - 44 (entre inundações e deslizamentos de terra) Salvador (BA) - 33 São Paulo (SP) - 27 Teresópolis (RJ) e Cariacica (ES) - 24 Juiz de Fora (MG) e Barbacena (MG) - 22 Caxias do Sul (RS) - 21 Goiânia (GO) - 20 Manaus (AM) - 19 Rio de Janeiro (RJ), Sorocaba (SP) e Campinas (SP) - 17 Nova Friburgo - 16 Morro da Oficina, em Petrópolis, foi uma das áreas mais afetadas pela chuva em 2022 Marcos Serra Lima/g1 Entre os registros, 68% foram de origem hidrológica e 32% de origem geológica. O Cemaden alerta que a predominância de eventos hidrológicos reflete os impactos recorrentes das enchentes e enxurradas, notadamente em áreas urbanas mais vulneráveis. Os moradores da Região Serrana do Rio cobram medidas das autoridades para evitar novas tragédias, como a que aconteceu em 2011, ano em que o Cemaden deu início às atividades de monitoramento. Desde então, houve evolução constante dos alertas e das ocorrências ao longo dos anos. Para o órgão, esse aumento "está diretamente relacionado à expansão do número de municípios monitorados, mas também ao aumento do número de eventos extremos de chuva e suas consequências". Moradores criam sistema de alerta para desastres no RJ Reaprender a viver, reconstruir e seguir em frente são desafios que o vendedor José Francisco da Silva enfrenta desde janeiro de 2011, quando perdeu a mulher, Sônia, numa enxurrada de lama no Vale do Cuiabá, em Petrópolis. Barro tomou conta do Vale do Cuiabá em 2011 Bernardo Tobak/g1 "Ela era uma pessoa que vivia, tinha muita força, muita vontade de viver. Ela tinha uma força interior muito grande. Foi um baque muito forte. As estruturas ficaram todas abaladas. A gente perdeu a coluna da família", desabafou José Francisco. A maior tragédia climática do Brasil, em 2011, deixou mais de 900 mortos e quase cem desaparecidos em sete cidades da Região Serrana. O Vale do Cuiabá, 14 anos depois, segue rodeado por montanhas que ainda correm risco com a possibilidade de novos desastres naturais. Os moradores têm medo. "As prevenções não têm que ser só na época de chuva, as prevenções têm que ser sempre. Na época de chuva, quando acontece, aí vem máquina para desassorear rios, abrir e tal, mas depois, vem o inverno, e esquece", lembra José Francisco. Em relação aos alertas enviados pelo Cemaden, foram 3.620 em 2024. Entre as sete cidades do país que mais receberam alertas, três são municípios fluminenses: Petrópolis (41), Rio de Janeiro (31) e Teresópolis (30). "O planeta está mais quente no geral, e, consequentemente, então consequentemente boa parte do nosso continente do Oceano Atlântico estão com temperaturas mais elevadas e somente isso por si só já favorece a ocorrência de eventos extremos de excesso de chuva", disse Pedro Ivo Mioni Camarinha, especialista do Cemaden. Pedro Ivo explica as condições de risco enfrentadas em regiões como a Serra do Rio por problemas de infraestrutura. "A gente tem muitas populações expostas a esses diferentes riscos, e são populações de municípios extremamente vulneráveis, porque a gente poderia muito bem receber esse tipo de chuva e não ter tanto impacto assim. Então, tem que cobrar mais do que nunca dos gestores públicos medidas que possam diminuir o risco da sua cidade e também do próprio cidadão", completou Pedro Ivo. A promessa do governo do Estado é investir, a partir deste ano, mais de R$ 940 milhões em mais um programa de prevenção de riscos e resposta a desastres. "É separado um orçamento até esse valor para poder ser utilizado conforme demanda. Uma questão inovadora do programa é o registro de preço. Quando chove, não têm o maquinário, as pessoas acabam não tendo a cesta básica, o colchão. Então, esse Registro de Preço é como se fosse uma prateleira onde estão todos os produtos, caso necessário", disse Bernardo Rossi, secretário estadual do Meio Ambiente.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/noticia/2025/01/14/petropolis-e-a-cidade-do-pais-com-o-maior-numero-de-deslizamentos-ou-inundacoes-em-2024.ghtml


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